Você está superendividado?
As estatísticas são assustadoras, mas quase 60% dos brasileiros estão endividados. Parte se deve ao cenário econômico, pois a taxa de desemprego é alta. No entanto, grande parte dessas pessoas já passaram ou sempre estiveram com dificuldades financeiras.
Quando falamos em finanças pessoais, obrigatoriamente precisamos falar de comportamento, pois atrás de uma situação financeira desequilibrada, existem hábitos e crenças destrutivas. A nossa forma de pensar e agir precisa passar por uma verdadeira reforma, ou melhor, precisa se assentar sobre um “novo modelo mental”. Jamais atingiremos o equilíbrio e a prosperidade com uma mentalidade de “escassez”, onde palavras como oportunidades e o novo não tem espaço.
O primeiro passo é um “choque de realidade”, pois precisamos encarar nossa situação sem qualquer tipo de fantasia ou sonho irreal. Proponho responder o teste elaborado pelo Serasa. Se você se enquadrar em pelo menos 4 das 9 afirmações, a “luz vermelha” já está acessa e você precisa de uma ajuda imediata.
Você está superendividado?
( ) Minhas dívidas mensais equivalem a mais de 50% do meu ganho.
( ) Preciso trabalhar mais para pagar minhas dívidas no final do mês.
( ) Meu salário termina antes do final do mês.
( ) Minhas dívidas estão sendo motivo de desavença familiar.
( ) Não consigo pagar em dia minhas contas básicas como: moradia, luz, água, alimentação, veículo, educação, etc.
( ) Meu nome consta em cadastros, tais como: SPC, SERASA…
( ) Faço uso constante do limite do cheque especial e do crédito rotativo dos meus cartões de crédito.
( ) Minha família não tem conhecimento das minhas dificuldades.
( ) Minhas dívidas tem afetado meu desempenho no trabalho.
Normalmente os endividados pensam que ajuda no contexto financeiro é somente mais dinheiro. Como já mencionamos, finanças também é comportamento, consequentemente esse dinheiro extra provavelmente irá “evaporar” em pouco tempo, e a situação adversa continuará.
Proponho algumas intervenções comportamentais, que certamente lhe ajudarão no processo de criação de um novo modelo mental.
- Peça ajuda! Você precisa de alguém que de forma isenta e profissional lhe ajude a reorganizar sua vida, pois provavelmente seu problema não seja somente financeiro. Sugiro a contratação de um bom Coach, com formação técnica e ética. Você encontrara excelentes sugestões de nomes no site da Federação Internacional de Coaching (I.C.F). www.icfbrasil.org
- Evite fazer compras sozinho. Se você tem dificuldades de controle, sair sozinho para fazer compras pode ser uma armadilha.
- Evite o tédio. A mente “desocupada” facilmente será atraída para o que possa nos trazer prazer, mesmo que momentâneo. Procure se distrair com atividades prazerosas.
- Identifique os seus gatilhos. Tem pessoas que não “aguentam” ver uma boa oferta. Outros acham que “merecem” mesmo sem ter condições financeiras para tal. Algumas pessoas lutam com a insegurança, a baixa autoestima ou usam as compras como fatores de compensação. Identifique o seu “gatilho”, e evite as situações em que ele possa ser disparado.
- Cancele seus cartões de crédito e o limite do cheque especial. Esses dois são os maiores fatores de endividamento, portanto quem tem dificuldades nessa área, deve evitar as duas “maiores facilidades”.
- Pergunte sempre: É necessário? É prioritário? Cabe no orçamento? Dizem que saber postergar um prazer ou desejo é um sinal de maturidade.
- Bloqueie anúncios de vendas e não entre em sites de venda.
- Faça um diário dos seus gastos. Jamais saberemos o destino do nosso dinheiro se não o controlarmos. Anote absolutamente tudo e na sequência repasse os valores para uma planilha.
- Não faça compras quando estiver emocionalmente abalado, como brigas, tristeza, ansiedade ou sob efeito de estimulantes. Nessas condições facilmente procuraremos um “escape” para o nosso momento através de uma substituição prazerosa, que pode ser uma compra desnecessária.