AUTOESTIMA
Segundo a psicologia, a autoestima é a visão subjetiva que cada pessoa tem de si mesma, sendo em certo grau intrinsicamente positiva ou negativa. Pessoas com baixa autoestima tendem a subvalorizar suas conquistas e qualidades, além de se sentirem diminuídas e desencorajadas até mesmo diante de pequenas dificuldades; enquanto pessoas com auto estima alta, terão mais facilidade de lidar com problemas e conflitos, pelo simples fato de acreditarem em suas capacidades, habilidades e potenciais. Essas pessoas sabem dar a devida importância aos fatos, sem ampliá-las e por outro lado não vão superestimar ou subestimar as dificuldades. Portanto, podemos afirmar, que a autoestima determina a atitude das pessoas.
A autoestima, sendo ela alta ou baixa, irá nortear nossas decisões, independentemente da nossa vontade. O que sentimos sobre nós mesmos definirá o nosso padrão de comportamento, e por consequência, o resultado.
Pesquisas atestam que pessoas com autoestima baixa tendem a demonstrar seus pensamentos de forma física, através de um andar cabisbaixo, ombros caídos, baixo tom de voz e roupas mais discretas; pois procuram fugir da exposição e de qualquer situação em que possam ser confrontadas, expostas, analisadas ou avaliadas. Para esse tipo de pessoa é muito difícil receber alguma crítica, pois já se sente incapaz ou incompetente diante das outras pessoas, e se alguém mostra um ponto de melhoria, percebe isso de forma negativa, pois se sente aquém dos outros.
De acordo com a neurociência, podemos entender uma pessoa com baixa auto- estima, como alguém que possui crenças depressivas, derrotistas e pessimistas, pois grande parte do seu comportamento é decorrente de experiências vivenciais negativas e dos valores e comportamentos culturais absorvidos durante a vida. Para o nosso cérebro, cada vez que vivenciamos uma experiência dolorosa, nosso sistema de defesa libera o neurotransmissor do estresse chamado cortisol. Essa substância gera diversas reações no nosso corpo, como: aumento dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas e a taxa de açúcar no sangue aumenta para que os músculos possam se contrair e expandir com mais facilidade. Tudo isso ocorre para garantir nossa sobrevivência diante de ameaças físicas, mentais, reais ou não.
Nosso cérebro não consegue armazenar todas as experiências, razão pela qual possui critérios de memorização. Um dos critérios é fruto das experiências que julgamos como boas, na qual o cérebro libera a dopamina, que é responsável pela nossa sensação de prazer. Todo esse processo tem o propósito de gerar lembranças, com o intuito de repetir as experiências boas e evitar as ruins. Dessa forma nosso cérebro age seletivamente, gerando memórias e automatizando alguns comportamentos. Para nosso cérebro não há diferença se uma ameaça é real ou não, ele apenas age inconscientemente cada vez que sente sua integridade ameaçada.
A partir do que consideramos até agora, podemos afirmar que é possível construir uma autoestima positiva, mas esse processo deve ser consistente. A autoestima deve ser construída com humildade, baseada na verdade e na compreensão de que nenhum resultado, por maior que seja, torna as pessoas melhores do que as outras, quando o assunto é respeito e consideração; pois do contrário só estaremos estimulando atributos negativos como a presunção, arrogância e altivez.
Cabe uma pergunta, mas por onde devo começar para poder ter uma autoestima saudável e elevada? Qualquer mudança começa por um processo de reflexão, muitas vezes fruto de um momento de sofrimento e dor, o qual nos leva a questionar a própria forma de encarar o mundo. Isso significa dizer que teremos que encarar nossas capacidades e limitações, nossas conquistas e sonhos, e nossas crenças mais profundas, para finalmente ver se estamos alinhados com a realidade para poder enfrentar os desafios que nos propusemos. Construir uma autoestima elevada, porém não superestimada, é algo fundamental para que se conduza qualquer processo de mudança, transformação e conquista. É a auto estima que vai fazer você ser capaz de se manter firme diante de um propósito, mesmo que não venha a ter o necessário apoio de familiares ou amigos.
A ciência atesta que todas as pessoas necessitam de reconhecimento, pertencimento e aprovação. Todas pessoas, mesmo que só um pouquinho, gostam e precisam de uma certa dose de aplausos e reconhecimento, pois faz parte da natureza humana, e negar o fato é inútil. Concluímos que precisamos nos relacionar com pessoas que nos apoiem e incentivem dentro de suas limitações, mas que considerem nossas conquistas e nossa evolução. Esse é um ingrediente fundamental para fortalecer nossa autoestima, justamente para nos tornar fortes em relação às críticas mal-intencionadas. Podemos chamar esse processo de pertencimento, que não deixa de ser um acolhimento e valorização perante iguais.
Por fim, sabemos que para muitas pessoas é difícil lidar com suas limitações, e mais difícil ainda, buscar ajuda para poder ultrapassar as barreiras que a impedem de dar um salto rumo a uma vida cheia de sentido e realizações. Nunca é tarde para dar o primeiro passo, aliás, só precisamos dar o primeiro passo, e recomendo e estimulo a procurar algum profissional qualificado para lhe dar o apoio e acompanhamento rumo a um estilo de vida, que valha a pena ser vivido.