Ouve-se muito sobre o tema motivação, e mais especificamente a auto-motivação. Temos observado grandes avanços nas ciências comporta-mentais, em especial os estudos conduzidos por Daniel Goleman com a introdução do tema Inteligência Emocional. Sabemos que inúmeros fatores externos influenciam na nossa motivação, tal qual o ambiente de trabalho, respeito, reconhecimento, segurança, remuneração entre outros. No entanto, talvez a melhor definição de motivação seja: Motivação é o impulso interno que nos leva para a ação, consequentemente a grande arena da nossa motivação é a nossa mente, ou em outras palavras, precisamos constantemente buscar forças no nosso interior para atingirmos os resultados almejados. Concluímos que, sentir-se bem para agir, ou sentir que vale a pena agir, é algo extremamente importante, mas não podemos traçar regras comuns, pois a resposta é individual e exclusiva. O que me motiva, não é obrigatoriamente o que motiva a pessoa ao meu lado.
A ciência está em constante evolução, e a nossa fisiologia e a sua influência sobre o nosso bem-estar tem sido exaustivamente estudada através da neurociência. Neurotransmissores como a dopamina (responsável pela sensação de prazer), e a ocitocina (responsável pelo engajamento, sensação de pertencimento, amizade e paixão) são produzidos no nosso cérebro em função dos estímulos que recebemos. Da mesma forma o cortisol, neuro-transmissor presente nas nossas experiências de estresse, nos prepara para a “luta ou fuga” diante das ameaças que se apresentam. Se não bastasse, temos o neurônio espelho, que é responsável pela capacidade de imitar e aprender através da observação.
Somos uma “máquina” complexa e ao mesmo tempo incrível, o que nos leva a lembrar as palavras proferidas pelo poeta e rei, Davi; que em consequência de suas reflexões, afirma: “De forma assombrosamente maravilhosa nos criaste”, referindo-se ao Criador.
Todo o contexto acima descrito, nos leva a um conceito relativamente novo, mas de suma importância, o mindset. Temos um “software” interno, que possui componentes hereditários, mas ao mesmo tempo é fruto das nossas experiências, e é estimulado por inúmeros neurotransmissores, fruto dos nossos estímulos. O mindset acaba sendo o conceito básico que temos de nós mesmos, e que nos liberta ou aprisiona; impulsiona ou retrai. Diante do mesmo obstáculo, ouviremos pessoas dizendo: “é difícil, mas vou encarar” ou “não consigo, é difícil demais para mim”. Outros ainda poderiam afirmar, “sou muito velho” ou “sou muito jovem e inexperiente”; “já tentei e não deu certo, portanto não vou tentar novamente”; “sou um desastrado”; “sou desqualificado”; entre muitos outros.
O maravilhoso é que não precisamos ser “escravos” de mindsets limitantes. A ciência afirma que podemos mudar o conceito que temos de nós mesmos, pois possuímos controle sobre nossas atitudes e pensamentos, mesmo que nosso cérebro sugestione sensações de descontrole. O quadro abaixo, mostra de forma simplista, mas bem ilustrativa, a construção mental de uma ação. O pensamento gera uma sensação, que leva à ação, e o resultado (bom ou ruim) é uma retroalimentação do pensamento. Portanto, se mudarmos a forma de pensar, mudamos a forma de agir.
O processo de mudança se inicia com o autoconhecimento. Pesquisas afirmam que passamos 80% do nosso tempo pensando e agindo no “automático”, ou seja, não questionamos nossos pensamentos. O que estou pensando é verdade? Sou realmente limitado? Realmente acredito nisso? Parece simples, mas não é, pois depende da nossa persistência; mas faz toda diferença.
Aristóteles afirmou há aproximadamente 2.300 anos de que “somos aquilo o que fazemos repetidamente, portanto excelência não é um modo de agir, mas sim um hábito”. Hábitos são frutos da persistência.
Ouse tentar “voos” mais altos. Ouça a verdade interior, e não aquela que “te fizeram acreditar” sem qualquer critério ou base científica.
Caso tenha interesse no tema, recomendo o livro: Mindset – A nova Psicologia do Sucesso de Carol Dweck.