PERDÃO
No nosso trabalho como Coach frequentemente nos deparamos com Clientes profundamente amargurados e ansiosos por não conseguirem perdoar pessoas que de alguma forma lhes causaram danos. E o pior, que em muitos casos, a falta de perdão está fundamentada na falsa crença de que pelo fato de eu não perdoar, estou me vingando ou retribuindo o dano.
Na verdade, poucas pessoas sabem dos grandes benefícios do perdão, mas sem sombra de dúvidas o maior beneficiado é o próprio ofendido. Quando não perdoamos, nos tornamos uma “espécie de escravo psíquico” do ofensor; pois nossos pensamentos passam a ser dominados dia e noite por quem nos ofendeu, seja pelos danos ou pelo desejo de vingança.
Gosto de exemplos, e ninguém melhor que o nosso grande Mestre Jesus. Ele vivia o perdão, e ninguém lhe roubava a paz. Mas como ele conseguia perdoar pessoas tão injustas e ao mesmo tempo ser livre? Jesus não olhava para o seu ofensor com olhos acusadores, mas procurava entender o que movia aquela pessoa a agir de forma a prejudicar os outros. Primeiramente procurava entender para depois estender o perdão. Ele perdoava porque compreendia que o seu ofensor tinha dores e misérias ocultas, fruto de ofensas de quem também fora vítima. Ele entendia que os agressivos e discriminadores eram violentos consigo mesmos, enfim escravos dos seus próprios conflitos. Sabia que os intolerantes não aceitavam a seus próprios erros e em consequência exigiam demais de si e dos outros e que atrás de uma pessoa autoritária se esconde uma pessoa frágil. Enfim, compreendia que as autoridades que o torturaram a e posteriormente mataram eram escravos e vítimas de um sistema social opressivo e corrupto. Dessa forma Jesus aquietava suas emoções e controlava seus pensamentos e não era escravizado pela rejeição ou mágoa.
O caminho do perdão e da consequente saúde psíquica está no fato de aceitar nossas próprias limitações e em consequência a dos que porventura nos ofenderam. De que nos adianta viver debaixo do peso da mágoa, ansiedade e depressão; que não deixam de ser consequências de uma atitude de orgulho, que de alguma forma se externa ao querer ser ou parecer melhor do que o outro?
O perdão não implica obrigatoriamente em um reatamento, nem em uma isenção dos danos causados; mas sim em se “divorciar emocionalmente” do seu ofensor, liberando-o a seguir seu próprio caminho. Gosto de associar a palavra perdão ao termo caminho. Trata-se de um caminho, ou jornada, onde dia a dia vou liberando perdão, até me sentir livre para seguir meu próprio caminho.
Perdoe e você será livre; odeie e dormirá com seu inimigo!